quinta-feira, abril 02, 2015

9 maneiras de saber se alguém está mentindo – Psicologia da Mentira

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por  | Dicas Práticas

Olá amigos!
Saber quando alguém está mentindo pode ser extremamente útil. Não só para um policial que está investigando um crime e tem que lidar com profissionais da mentira, mas todos nós podemos nos beneficiar ao conseguir diferenciar uma verdade de uma mentira. Afinal, é útil saber se um potencial parceiro(a) é confiável, se o filho está procurando enganar ou se o vendedor está querendo nos passar a perna.
Na psicologia, nós aprendemos mais intuitivamente do que conscientemente quando um candidato está sendo avaliado para um emprego, se ele está mentindo ou não, assim como podemos perceber se uma história de um paciente é mais fantasia do que realidade. Entretanto, apesar de que o treinamento possa ser mais por prática do que por teoria, existem sim conhecimentos da psicologia que ajudam-nos a descobrir quando alguém está mentindo.
Freud – e depois Jung comprovou esta técnica em laboratório – tinha um expediente fantástico. Ele pedia para que a pessoa contasse de novo o que tinha acabado de contar. Ao ter que recontar, um sonho, uma memória, um evento, os pontos em que havia uma contradição eram avaliados como os mais importantes psiquicamente. Talvez não indicassem sempre a existência de uma mentira, mas davam o indício do que o paciente estava querendo esconder o ponto no qual incidia o seu complexo.
Outra forma que também encontramos é de pedir para a pessoa contar a história em ordem cronológica inversa, ou seja, de trás para frente. Embora seja complicado dizer nessa ordem até uma verdade, é extremamente complexo fazê-lo se for uma mentira.

9 maneiras de saber se alguém está mentindo

As 9 maneiras de saber se alguém está mentindo foram descritas pela pós-doutora Susan Krauss Whitbourne, em um artigo publicado no Psychology Today. O que você lerá abaixo não é uma tradução literal do texto. Eu reescrevi, com as minhas palavras, o que podemos ler . A Dra. Whitbourne, por sua vez, se baseou no trabalho científico “Validating a new assessment method for deception detection: Introducing a Psychologically Based Credibility Assessment Tool”, em tradução literal “Validando um novo método de avaliação para a detecção de fraudes [engano ou mentira]: Apresentando o Teste PBCAT “.
Este trabalho é a divulgação da construção de um teste criado na Universidade do Texas, em 2013, por Jacqueline Evans, o PBCAT (Psychologically Based Credibility Assessment Tool).

1) Deixa de fora detalhes sensoriais

Detalhes sensoriais são detalhes que utilizam os cinco sentidos: o que podemos ver, ouvir, tocar, degustar ou cheirar. Ao contar uma mentira, os pequenos detalhes que normalmente são utilizados para florear uma história verdadeira são descartados. Isto porque, depois, se houver a necessidade de contar a história de novo, vai ser difícil se lembrar deles.
Assim, uma pessoa contando uma história verdadeira pode vir a mencionar as cores de uma roupa, uma música que estava tocando ou como estava a comida, em casa ou em um restaurante, etc. Enfim, a mentira tende a ser omissa nos pequenos detalhes.

2) Desculpa da memória ruim

Quando contamos a verdade, é provável que não tenhamos nenhum tipo de problema de lembrar o que acontecer. Por outro lado, quando uma mentira é criada, a memória pode ser utilizada como uma desculpa, como uma justificativa para não só esconder os detalhes – como na maneira anterior – como também tendo o intuito de acabar logo com o momento desagradável e angustiante de dar um falso testemunho.
Em resumo, a pessoa que está mentindo pode fazer frequentes alusões a “eu não me lembro”, “eu esqueci (disso ou daquilo)” ou “eu tenho uma memória fraca”.

3) Faz correções espontâneas

É frequente que a pessoa que esteja contando uma mentira fique corrigindo o que está contando, de forma espontânea, ou seja, sem pressão externa. Em muitos casos, ouvimos a pessoa se corrigir: “era uma segunda, não era terça, talvez uma quarta” ou “o nome dele era José, não sei, talvez João ou Jonas”…
A ideia aqui é que as correções são tentativas de esconder as possíveis falhas na mentira e, por outro lado, também poderiam esconder o nervosismo, se não fosse o fato de que na maioria das vezes acaba apenas delatando que a pessoa está nervosa.

4) Mantém tudo curto e grosso

Quanto mais longa, completa e detalhada for uma história, mais trabalhoso será memorizar. Por isso a mentira tende a manter as coisas “curtas e grossas”, quer dizer, tende a reduzir ao mínimo de informações necessárias. Com isso, também se vê que quanto maior a narrativa, quanto maior o conteúdo do que for contado, maior é a tendência de ser uma verdade porque se é verdade é fácil trazer a lembrança à tona, enquanto que é bem mais complicado inventar uma história inteira, com todos os detalhes e cenários, e depois ainda conseguir se lembrar exatamente do que foi contado.

5) A mentira não faz sentido e é cheia de contradições

Uma das formas para descobrirmos se a pessoa está falando uma verdade ou uma mentira é a coerência total de seu discurso. Se ela fala uma coisa no começo, outra no meio e outra ainda diferente no fim, é provável que algum ponto seja inverdade.
Na área de Recursos Humanos, podemos ver claramente quando um candidato está mentindo sobre um aspecto porque o processo seletivo é, em geral, longo. Então, se em uma entrevista, o candidato se comporta como uma pessoa com um tipo de personalidade, em um teste age de outro jeito e, por fim, em uma dinâmica de grupo, de outra forma ainda, é quase certo que em algum destes pontos de avaliação tenha havido uma mentira.
Podemos ver o mesmo quando um psicólogo criminal analisa os testemunhos de um crime. A coerência é um sinal para a verdade e a incoerência um sinal da mentira.

6) A mentira tem que ser pensada

Como a mentira tem que ser construída, a pessoa que está mentindo frequentemente mostra-se como se estivesse pensando muito, como se estivesse fazendo um grande esforço para se lembrar do que aconteceu, enquanto está é tentando criar a mentira. É claro que esta é mais uma pista que pode indicar se é uma mentira ou não. O esforço para lembrar, para pensar, é, portanto, mais um indicio de que pode se tratar de uma mentira.

7) Há nervosismos, tensão e inquietação

Como a mentira é uma contradição interna (no sentido de que a pessoa sabe a verdade e mantém assim dois pensamentos contraditórios), ela também causa certos efeitos fisiológicos. Os mais comuns são o nervosismo, a tensão e a inquietação. A contradição interna leva a pessoa a se mostrar inquieta e, igualmente, a falta de coerência – outra forma de entender a contradição – faz com que certos comportamentos observáveis apareçam.
Afinal, ao contar uma verdade, não precisamos ficar tensos, inquietos e nervosos, não é mesmo?

8) Há pouca reclamação e poucos comentários negativos

Esta maneira de descobrir se é verdade ou não pode ser difícil de concordar, a princípio. Mas é fácil de ver que uma pessoa que quer passar uma mentira como verdade não vai querer causar uma impressão negativa. Por isso, há pouca reclamação e pouco ou nenhum comentário negativo. O intuito é, então, causar uma boa impressão para que a mentira não seja descoberta.

9) A fala é mais lenta que o normal

Quando uma pessoa está contando uma mentira, como ela tem que lidar com a contradição interna, com a falta de coerência, como tem que criar um novo cenário para a sua história e, ao mesmo tempo lembrar de detalhes que acabou de inventar, é natural que a fala desacelere e fique mais lenta que o normal. Também esta última maneira talvez não seja óbvia, pois estamos acostumados a associar que a mentira é contada rapidamente. Entretanto, este é o caso quando a mentira é ensaiada (por exemplo, um vendedor que conta mil vezes a mentira sobre a qualidade de um produto), mas no dia-a-dia, para uma mentira não ensaiada, a fala tende a diminuir de velocidade.

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