sexta-feira, agosto 29, 2014

Sobre os tormentos internos

Já faz algum tempo que não sei mais o que fazer. São muitos desajustes que borbulham aqui dentro. No peito, um tremor que só assusta e atormenta. Na cabeça, inúmeras sensações fazem coro, peso e devastam tudo que passa pela frente, me deixando sem saída.
As preocupações batem incisivamente na porta, em busca de respostas. Reviro o baú de informações, não encontro nada que justifique esse caos interno.
Viver se torna a cada dia mais inquietante. Momentos de paz e tranquilidade são quase uma raridade. O medo me sufoca, os devaneios se acumulam, as dúvidas não me deixam dormir serena.
Sinto saudade, estranheza, necessidade de me ter de volta. Sinto dor por estar presa nessa teia maligna. Sinto desespero por estar em um labirinto escuro, sem ninguém para me pegar no colo e dizer fica calma, isso vai passar. Isso não passa. Isso vai e volta. Isso muda de cara, de nome, de força. Isso cresce e se transforma. Mas isso nunca me deixa. Então eu reúno meus pedacinhos, que já estão cansados dessa luta diária e sem fim, e continuo a caminhada. Porque sei que isso vai passar, afinal, me ensinaram que tudo na vida passa.
(Espero que seja logo.)



Refúgios

Por Clarissa Correa



Sou forte demais para me entregar e fraca demais para suportar alguns fardos sem derramar um punhado de lágrimas.

De vez em quando preciso chorar em algum canto. Extravasar o que aperta e faz sangrar. Não dá pra guardar tudo no seu (suposto) devido lugar e fingir que a vida é cena bonita de filme.

Nunca pensei em desistir, mas às vezes bate um desânimo. A dor me consome e o cansaço me desgasta. Procuro achar saídas, mas parece que ando em círculos. Percebo que as coisas trocam de lugar, porém nunca se resolvem de forma definitiva. Fico me perguntando o que faço de errado, tento trocar as formas de agir e lidar com as situações. Quando penso que algo está entrando nos eixos tenho uma surpresa desagradável.

Já cheguei a cogitar inúmeras hipóteses, mas nunca chego a uma conclusão definitiva. Sei que nesta vida temos nossos carmas, cruzes, resgates e aprendizados. Tento fazer o que posso e aproveitar cada lição que me é ofertada, mas não sou perfeita e nem sempre tenho a fé necessária para acreditar. E eu sei (eu sei!) que preciso acreditar. Só que às vezes dói tanto, às vezes a aflição é tão grande e me domina de uma tal forma que não sei se vou suportar.

quinta-feira, agosto 21, 2014


 
Não importa onde,
não há uma única pessoa que não seja capaz
de fazer mais do que pensa que pode.
Henry Ford
 
 

segunda-feira, agosto 18, 2014

SOMOS O RESULTADO DOS NOSSOS PENSAMENTOS

Retirado do Site HSM On-line - www.hsm.com.br
 
O que a neurociência vem comprovando cientificamente hoje e os psicólogos estudam há anos, já era verdade a mais de mil anos em outras culturas: somos o resultado do que pensamos!
 
No filme "Quem somos nós?" há muitas referências da física quântica para comprovar a máxima de que nossos pensamentos influenciam a vida que temos. Ken O'Donell, em Caminhos para uma consciência mais elevada, afirma: "Se tenho pensamentos positivos, movo-me numa direção positiva. Se tenho pensamentos negativos, movo-me numa direção negativa. Se não tenho nenhum pensamento, não vou a lugar nenhum."
 
Quando penso - "sou gordo e não há jeito para emagrecer" - sem dúvida estarei reafirmando esta condição e me resignando com ela. Minhas atitudes serão compatíveis com este pensamento. Continuarei comendo, pois nada que fizer irá me tirar desta condição: de gordo. Este exemplo poderá ser utilizado no trabalho, nos relacionamentos, no ensino, na carreira, na busca por um emprego etc.
 
Por isso, fique mais atento aos seus pensamentos. Anote tudo o que vem a sua mente no dia-a-dia. Como um diário. Escreva:
* Como eles ocorrem?
* Que tipo de pensamento é mais freqüente?
* O que surge em primeiro lugar em sua mente quando tem um problema?
* Como você reage quando é elogiado por alguém?
* Como se sente no trânsito congestionado, numa reunião chata e numa roda de amigos que só falam bobagens?
 
Depois faça a seguinte experiência: durante uma semana procure pensar positivamente sobre tudo que acontece a sua volta. É difícil, mas é um exercício extremamente interessante.
 
Antes de sair de casa visualize um dia fantástico. Ao participar dos diversos eventos diários tenha sempre em mente o lado positivo das coisas. Mesmo quando algo não sair como esperava, busque o lado positivo.
 
Tente se relacionar com as pessoas que conhece e não conhece de modo menos defensivo e reativo. Pare antes de reagir a uma provocação e lembre-se deste exercício. Quando sentir raiva por alguma razão tente controlar os pensamentos e atitudes. Enfim, fique atento a seus pensamentos e ações, buscando constantemente elevá-los para o lado positivo.
 
No início poderá ser mais complicado, pois não temos este hábito. A vida moderna nos torna cada vez mais competitivos, reativos e impacientes. Mas persista, ao menos por uma semana. Ao final dela faça um levantamento de como se saiu. Como reagiu às adversidades? Como se sentiu nas situações que passou? Como as pessoas reagiram? Gostou da experiência? Houve alguma situação onde não conseguiu ter controle? Percebeu alguma mudança em você mesmo e nos outros?
 
Não recomendo fazer o exercício contrário, pois o resultado poderá ser realmente negativo. Não há necessidade de experimentarmos algo que não nos faz bem.
 
O fato é que ao modelarmos positivamente nossos pensamentos teremos condições de lidar com tudo que vivemos de forma mais gratificante e produtiva. Sentimo-nos melhores. As pessoas ao nosso redor também sentem e passam a reagir conforme nossas atitudes. É a base para o comportamento operante. Os estudos da Psicologia Comportamental demonstram que podemos condicionar nosso próprio comportamento e dos demais com as atitudes que queremos.
 
Por isso, não basta apenas pensar positivamente para ter algum resultado prático. É necessário agir. Ficar sentado durante horas apenas pensando não trará o objeto de seu desejo. Contudo, quando começamos nossas atividades diárias emitindo pensamentos positivos, começamos de forma diferente, mais centrada, mais focada naquilo que realmente importa. Os fatores negativos continuarão existindo, porém não terão o mesmo efeito de quando estamos dispersos, deprimidos ou ansiosos.
 
Não há mágica, nem tampouco ilusionismo. Apenas somos o resultado daquilo que pensamos de nós mesmos. A base é simples: se quer ver alguma mudança em sua vida, comece mudando seus pensamentos. Pensamentos positivos nos levam a ações positivas. Ações positivas nos levam a hábitos saudáveis. Hábitos saudáveis nos levam a uma estrutura de caráter agradável, carismática e instigante. O caráter define quem você é, o que pensa e o que faz.
 
Então pense, reflita e promova pequenas ações em seu dia-a-dia. Deixe de lado os velhos e ineficazes paradigmas, dogmas e pré-conceitos. Experimente diariamente coisas novas. Abra sua mente para novas possibilidades. Arrisque! Desfrute as novas oportunidades. Comece pensando positivamente sobre você e tudo que está a sua volta
 
 
 
 
 
 
 

Como transformar um amigo em namorado

Por Rodrigo Farah

 
Apaixonar-se por um amigo é algo muito comum no Jogo da Conquista. E não é à toa que este é um dos temas mais mencionados nos e-mails que recebo. Mas se você não tomar cuidado, pode perder o amigo e ainda acabar sozinha quando tentar seduzi-lo. Por isso, preste atenção em alguns passos simples para sair da zona de amizade e finalmente transformar sua relação naquilo que deseja.

Foto: Getty Images Ampliar
Seja uma pessoa diferente, ele precisa enxergar uma nova mulher
As trocas sociais
Antes de tudo, é preciso lembrar que todo tipo de relação nada mais é do que uma troca social. As pessoas dão o que estão dispostas a dar para receber aquilo que querem. Mas quando você se apaixona por um amigo, a relação não fica balanceada. Ou seja, você quer mais do que está recebendo.
É mais ou menos nesta etapa que a pessoa apaixonada começa a realizar uma série de esforços para conquistar o amigo. Está sempre disponível, ouve seus problemas, dá presentes e coisas assim. Porém, raramente consegue seduzir o alvo e sair dessa situação.
Como sair da amizade
Para deixar de ser apenas “a amiga”, você precisa “renegociar” a relação. Assim como citei acima, você quer mais do que está recebendo e provavelmente está “dando” mais do que deveria – não está com a relação balanceada. E para deixar tudo normalizado preste atenção aos seguintes conselhos:
> Seja uma pessoa diferente: para começar, ele (o amigo) precisa ver uma mulher que nunca viu antes. Você precisa de roupas novas, novo perfume e até um novo comportamento para criar uma nova impressão. Demonstre que você está mudada. Assim, ele vai te notar de maneira diferente.
> Demonstre menos interesse: dê um passo para trás e não seja “necessitada”! Esteja pronta para se afastar se a relação não estiver indo da forma que você deseja. O poder de afastamento está ligado ao controle e ele terá que lutar para ter você por perto novamente.
> Crie competição para ele: faça novas amizades masculinas. Depois, fale bastante desses novos “amigos” para o seu alvo. Crie um pouco de competição e ciúmes, pois as pessoas dão mais valor para as coisas quando as perdem.
> Faça pedidos: quando estiverem juntos, peça favores. Assim como escrevi em outra coluna, as pessoas gostam de você quando fazem algo para te ajudar. E pode ser qualquer coisa, até mesmo pedir para buscar algo. Pare de fazer favores e comece e pedir por eles.
> Recompense os esforços dele: quando ele finalmente se comportar da forma que você deseja, retribua com gentilezas e seja atenciosa (só não exagere). Lembre-se também de ignorá-lo quando ele fizer algo que você não gostou.
Se você seguir os passos citados acima, terá uma boa chance de balancear a relação. Além disso, irá criar um novo status diante dos olhos do seu amigo. Use seu poder de persuasão e influência para igualar as coisas e passar uma imagem renovada. Esta é a melhor maneira de seduzi-lo.
Os seus atos falam tão alto que não consigo ouvir suas palavras.

quinta-feira, agosto 07, 2014

NECESSITAMOS DE AMIGOS



Há amigo mais chegado do que um irmão. Provérbios 18:2

A alma do capitalismo ocidental é marcada pelo individualismo e a competição, que naturalmente geram rivalidade entre as pessoas. Como ser amigo daqueles com quem competimos? Você já observou como é difícil ter amigos ou mantê-los na cultura moderna? Estou falando de amigos reais, não de “colegas” ou meros “conhecidos”. Esses podemos ter em abundância. Amigo, em minha definição, é o irmão ou a irmã que você escolhe. Por isso, no livro de Provérbios, encontramos textos extraordinários sobre a amizade. Um desses texto nos diz que “em todo tempo ama o amigo” (Pv 17:17). Segundo o texto de hoje, “há amigo mais chegado que um irmão”.

Por que temos a necessidade de construir amizades? Por que necessitamos de amigos? Há pelo menos três razões básicas. Primeiramente, necessitamos de amigos porque precisamos de encorajamento. “Melhor é serem dois do que um [...]. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro” (Ec 4:9, 10, ARC). Você já experimentou situações em que a presença de um amigo fez toda a diferença?

Em segundo lugar, necessitamos de amigos porque precisamos de conselho. “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Pv 27:5, 6). Em muitas ocasiões, um amigo correrá o risco de ser honesto conosco. Este é um dos testes da amizade. Necessitamos de amigos que não apenas nos aplaudam, mas que sejam também corajosos, nos confrontando com a verdade e nos fazendo ver aquilo que não estamos vendo ou, pior ainda, que não queremos ver.

Em terceiro lugar, necessitamos de amigos porque eles desafiam nosso potencial. “Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo” (Pv 27:17). Um bom amigo afia nossa percepção e estimula nosso crescimento mental, intelectual, emocional e espiritual. Tem você amigos assim?

Por outro lado, um problema com a amizade é que ela “soma virtudes e multiplica defeitos”. Milhares de pessoas são desviadas pela influência ou pressão de falsos amigos. Lembre-se: os maus não são amigos, mas cúmplices. Se, para permanecer no “grupo”, você tiver que praticar o erro, esse grupo não é para você. Se não conseguir mudar o grupo, saia dele. Por princípio, seja amigo de todos, mas seja mais amigo dos que são amigos de Deus. Faça bons amigos, mas lembre-se de que o segredo para ter bons amigos é ser um bom amigo.

Por Amin A. ROdor

quarta-feira, agosto 06, 2014


Em qualquer associação de dois seres humanos, cedo ou tarde, um acaba irritando ou ferindo o outro. Como responder aos atritos da vida? Há pelo menos três alternativas. Alguns internalizam os atritos, enviando-os para um “banco de memórias” e nunca mais os esquecem. Isso cria pressão e resulta em doença. Outra alternativa é tentar resolver os desacertos na base dos músculos ou ferir a outra pessoa verbalmente. Isso causa a morte de casamentos, amizades e sociedades. Finalmente, você pode tomar tempo para conversar, discutir os sentimentos, cuidando para não atacar a dignidade ou o valor da outra pessoa. Esse é o único caminho com resultados permanentes.

Amin A. Rodor

segunda-feira, agosto 04, 2014

Saudade...


Artigo do Dr.. Rogério Brandão (Médico oncologista clínico RC Recife Boa Vista)
Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Dizem que a dor é quem ensina a gemer.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.
Um dia, um anjo passou por mim...
Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada, porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
Meu anjo respondeu:
- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando a  gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do  nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?
(Lem brei de minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo: - E o que saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!