sexta-feira, julho 11, 2014

A Tempestade que eu Encontrei Nele



Foto (O Beijo, 1969, Pablo Picasso) .

Uma coisa é certa:  as pessoas que nos relacionamos nos tocam de diferentes formas. Algumas ficam por muito tempo mas em nada nos tocam.  Outras abrem em nós caminhos por nós jamais percorridos. Vivemos e prendemos. Há pessoas que nos tocam de uma maneira simples, veloz, mas ao mesmo tempo tão intensa e diferente... Essas permanecem feito fibra em nosso organismo. Com os olhares abrem as janelas da nossa alma, se doam por completo.  Fazem nos enxergarmos por dentro, sentimos que somos transparentes. Porque estar junto sem reservas é se aceitar em primeiro lugar e depois aceitar o outro. Tem gente que tem uma casa inteira só no olhar. No meio do nada, com um canteiro de flores ao redor, dentro uma cama de colcha de renda, com uma janela de frente pra uma montanha e um rio passando do lado. Se tem um horizonte inteiro só no olhar, imagina no corpo inteiro. Tem gente que tem no coração uma fonte. Que dá a impressão de que se não bebermos dessa água, morreremos de sede. Eu costumo ver esse tipo de coisa nas pessoas que eu me relaciono. Cada um me dá um pouco de amor. Outro dia conheci alguém que tinha o mar dentro de si. E uma energia de uma usina hidrelétrica.   Só que ao redor dele tinha uma penumbra, não deixou eu percorrer caminho algum, havia muita nuvem no céu, não consegui voar.
Enquanto nos sustentamos também podemos desmoronar. O ser humano encontra muito de si nos outros. Quem não assume algo assim não dar o braço a torcer. Não encontra amor algum. Há quem nos impressione, há quem não, mas é certo que todos provocam em nós coisas boas, mesmo sendo aprendizados. Porque todos somos completos, não existe cara- metade de ninguém por aí, alma-gêmea, a metade da laranja, todos podem dar certo com todos, que estejam avulsos, que pretendem se aceitar e se doar.

Nenhum comentário: