Eu
acredito tanto na força do pensamento. Acho que quando a gente pensa e
sente o bem ele acaba voltando. Em dobro, triplo, infinito. Não dá pra
ter pressa, mas dá para guardar aquela certeza no fundo do peito: as
coisas boas acontecem, sim, para quem distribui o bem por aí.
Sei
que nem sempre dá para sorrir para as pancadas que a vida dá, tampouco
oferecer a outra face. Tem coisa que é difícil de engolir, tem ferida
que arde, tem cicatriz que incomoda, tem machucado que custa a sarar,
tem incomodação que tira a gente do sério. Mas tudo tem jeito, entende?
Nada é definitivo, nada é um ponto final, nada é irreversível.
Penso
que sempre dá para encontrar aquela luzinha que brilha lá no fim do
túnel. É claro que muitas coisas não estão nas nossas mãos e dependemos
dos outros para fazer acontecer outras tantas. E sei, sei mesmo que isso
é uma grande chatice. Mas a solução não é entrar em desespero, não é
derramar um riacho de lágrimas, não é ficar impaciente, não é dar corda
para a insônia, não é fazer cabelos brancos e ruguinhas se proliferarem
em você.
Tenho
a péssima mania de querer que tudo se resolva num piscar de olhos e não
é todo dia que é fácil. Certas coisas levam tempo, não são a jato,
precisam de empenho, esforço, decisões. E a vida, meu amigo, é de quem
batalha, não é de quem espera que uma graça aconteça todo santo dia.
Já
desisti do que foge do meu alcance. Procuro dar o máximo de mim em cada
situação, mas se o negócio emperrou, se a chave não gira, se a mula não
anda, se vaca está indo para o brejo simplesmente deixe ela ir. Deixe.
Largue de mão, pois às vezes a vida precisa mesmo virar do avesso. Não
tente impedir que o mundo desabe. Deixe ele desabar, deixe os caquinhos
se espatifarem no meio da sala de estar, deixe o gelo derreter, o bolo
desandar, a canoa virar. E aprenda que muitas vezes o importante é se
deixar desconstruir para depois fazer as coisas de outro jeito, mais
fortes, melhores.
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