sexta-feira, julho 05, 2013

Para Quando eu Tinha Meus 13 Anos



Por Helena

Escrituras da noite. Mas nem da noite desfruto. Vem essa luz acesa que me deixa presa aos sonhos da tarde passada. Troco tudo. Dia. Noite. Ainda temos chances para sonhar? E seu eu começar a falar de amor. Será que vão gostar? Houve um tempo em que acreditei poder viver das palavras. E poder dizer de tudo. Da vida. Da noite. Do gosto pelo café. Do carinho pelas borboletas. E, para não variar, do amor. Mas quem sou eu pra dizer algo sobre ele? Qual sabedoria levo desse? Uns arranhões, talvez? Algumas cicatrizes, que não há Cicatricure no mundo que faça melhorar? Eu sou boba mesmo. Penso nessas coisas, sabe. Acredito ainda no amor. Mas isso se deve pela pouca idade, ou pelos quase trezentos anos de existência. Ou mais. Eu não sei, eu não sei. E quem é que sabe? A vida é cheio desse troço de interrogações não é? E para quem a gente pergunta se nem mesmo sabemos a resposta? Tola. Se é por isso mesmo que perguntamos. Lançamos essas interrogações no universo, pra cair em qualquer jardim por ai. E esperamos o retorno da vida em forma de respostas. E no fundo todo mundo espera um grande amor. Pra dar ou receber beijo na testa. Pra olhar nos olhos com sorriso bobo. Colocar defeitos só de sarro, pra pedir carinhosamente todas as desculpas do mundo. É meio nojentinho pensar nisso. É sim, e é assim porque não é com a gente. Quando o bichinho do azar. Ops, do amor, nos pica. Torna tudo banalidade boa que todo mundo quer viver. É assim, eu sei que é e te digo. Sabe, no fim todo mundo espera encontrar pessoa que seja em qualquer situação alheia. Do nada. Esbarrar em alguém. Surgir. Olhar e de repente. Está ali. Na sua frente. Sorrindo. Com jeito nervoso. Com cara de paisagem. Comendo. Enchendo a cara. Pegando a sua amiga. Mas está ali. E você não sabe o motivo nem o porque. Mas está ali. Você se enche de um negocio inexplicável. Para tudo. Ou corre depressa. Você puxa papo ou fica tímido. Mas independente do que aconteça naquele momento. Você sabe que é aquela pessoa. Tem que ser. E você deseja com todas as suas células que você também seja  "aquela pessoa" paro o outro. Você fica besta. Uma babacona. Perde o rumo. Perde tudo. Só não perde o contato com a pessoa. E você vai nessa onda, planejando acasos para se encontrarem. Programando tudo na sua mente. Mas ai. Você acorda. E quando menos espera. Era só uma pessoa qualquer. Sem importância real. Ou simplesmente, você não tinha nenhuma importância para a tal. Você foi uma mané sonhadora e destemida. Achou que sabia lidar com o leão chamado amor. Minha amiga, ninguém sabe lidar com esse bicho. Ele é sagaz. Feroz. Austro. E você sofre. Ah, sim senhora, você quebra a cara. Perde qualquer impressão de qualidade que tinha pela tal pessoa. Porque. No final. Aquela pessoa só serviu de embalagem para a sua fantasia de amor ideal. Esqueceu que existem mais defeitos no ser humano do que as qualidades. Mas ai você também se engana. É porque no caso, fica muito difícil separar a laranja podre do resto do cesto. Um problema torna-se um problemão. Porque a gente faz ele se tornar isso. Existem vários tipo de cegueira presente no Homem. A física. A que o amor nos faz. A que a ira nos deixa. E a que a cabeça-dura nos proporciona. Turrões os Homens em geral. Deixam escorrer pelas mãos o calor da pessoa amada por um deslise ou outro por não saber como lidar. Isso é deficiência no que concerne em não saber lidar com os próprios erros. Os defeitos, como preferir. E ai é que mora a dor. Porque a gente vai formulando estórias de amor na vida da gente e esquece de colocar as dificuldades no roteiro na esperança de deixar tudo mais bonito. Mas nem toda qualidade é bonita e nem todo defeito é feio. Feio mesmo é a nossa falta de habilidade de lidar com o próximo. Isso seja, parente, amigo, ou mesmo o amor. Não é que exista alguém em algum lugar do mundo que te completa porque tudo que ela fizer será perfeito. Existe alguém pra você no mundo, mas é porque ela tem os defeitos certos para você. Os que você irá saber lidar e conviver. E essa pessoa espera alguém assim. Como você. Na vida dela. Com seus defeitos. Uma vez ouvi em um programa de humor uma frase boa para refletir. Dizia algo como "Se destruir é fácil, quero ver você construir." Essa frase explana, pelo menos na minha cabeça, muitos tipos de reflexão. Uma delas é meio distorcida do seu princípio. Mas eu diria, é fácil você achar defeitos na outra pessoa e sair apontando o dedo para julgar e  achar que seus defeitos são nada perto dos do outro. Difícil, mas o que deveria ser o certo, é você ter peito suficiente para conseguir entender a outra pessoa e tentar ajuda-la de algum modo. E todos ficariam felizes, e não seria porque os defeitos se cessariam. Mas porque teriam em si. A fórmula secreta do amor. O elemento X, necessário para dar ritmo ao amor. E ai. Aquele papo de encontrar alguém nessa muvuca da vida. faria todo o sentido possível. Porque você entenderia de uma vez por todas. É essa pessoa. É essa pessoa que tem o que eu preciso. E que precisa do que eu tenho. É pra ela que quero me doar. E o mundo parava. E só você e ela. Se olhariam pela primeira vez. Com a certeza do mundo. De que todos tem os piores defeitos do mundo. Mas os defeitos daquela pessoa é exatamente o que você sempre sonhou.

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