1. Tenho de ser mãe?
Você não “tem de”
fazer nada. É uma escolha e, como tal, precisa de um ingrediente mágico
para funcionar: assumir a responsabilidade pela decisão. O tempo em que
as mulheres só se consi deravam plenamente realizadas quando tinham
filhos já passou, e não existe mais aquela pressão social aterradora do
passado. Mesmo quem decide adiar a maternidade tem alternativas
proporcionadas pela medicina. Procure se perguntar quais são suas
prioridades atuais e tenha coragem para vislumbrar o futuro?Se quer
focar a carreira, considere as consequências que essa decisão trará
daqui a alguns anos. A questão central é: está disposta a desacelerar o
trabalho para ter filhos? Em alguns casos, é preciso até abrir mão,
mesmo que temporariamente, da carreira.”
2. Preciso mesmo de um homem para chamar de meu?
Para a maioria de
nós, a vida fica, sim, mais luminosa com um companheiro para amar,
dividir, dar risada, pedir colo. A questão é: como identificar essa
pessoa na multidão sem bater tantas vezes a cabeça? Ao se interessar por
alguém, você deveria investigar se ele trata bem a mãe, se gosta do
emprego e se desperta seu interesse sexual. A relação com as mulheres da
família indica como se comportará com a própria esposa, porque é um
modelo que será repetido. A satisfação com o trabalho mostra se ele se
sente bem consigo mesmo. Caso não goste do que faz, tenderá a puxá-la
para baixo também. E a química física é aviso de intimidade total.
3. Onde está a felicidade?
Tem gente que está
sempre correndo e não vê os instantes de plenitude da vida.Estar viva,
sentir o cheiro da terra depois da chuva, ver o pôr do sol, ouvir o som
dos pássaros – tudo isso traz um enorme contentamento. Quando estamos
despertas, vivemos mais intensamente e percebemos beleza até mesmo na
tristeza, pois sabemos que logo ela vai passar. Lembre-se, por exemplo,
de quando você era criança. Sorria com mais facilidade, certo? Talvez
porque notasse a alegria nas coisas mais simples ou por não projetar sua
satisfação em algo ou alguém…
4. O que escondo dos outros?
É natural escolher
o que vai ou não mostrar ao mundo. A questão é: quando você está cara a
cara consigo mesma, tem coragem de mexer naquele bauzinho trancado no
fundo da sua alma? Pois o que se esconde ali é um tesouro ao contrário:
são suas dificuldades, seus medos, seus traumas. E, apesar de não ser
nada fácil trazê-los à tona, é infinitamente recompensador vencê-los.
5. Por que me sinto tão ansiosa?
A ansiedade expõe
dificuldade para lidar com nossos conflitos. É muito importante perceber
nossos limites, o que não significa nos limitar a eles, mas respeitar o
próprio ritmo. A expectativa de que algo bom aconteça é gostosa, mas
viver em função do que está por vir pode ser devastador. Corre-se o
risco de sofrer por antecipação com algo que, muitas vezes, nem vai
acontecer. Não dá para controlar todos os resultados. A ansiedade é
necessária para nos tirar da inércia. Mas, em excesso, transforma-se em
alerta para a insegurança em relação ao futuro, o medo de errar – talvez
seu nível de perfeccionismo esteja elevado – ou aquela vontade de
abraçar o mundo.
6. O que me faz sonhar?
Será mesmo que seu
mundo perfeito seria ocupar a cadeira da presidência da empresa? Viver
em uma ilha com o marido, dois filhos e um labrador bastaria? Um
exercício bacana para investigar essa questão é pensar no gênio da
lâmpada e então mentalizar três grandes desejos, quaisquer que sejam. É
possível que descubra já estar vivendo seu sonho. Ou pode perceber que
se distanciou muito e, portanto, é hora de sair em busca dele!
7. Trato meus pais como eles merecem?
A pergunta que
precisa ser feita para chegar a uma resposta plausível é: você consegue
ver seus pais como seres humanos?Quando percebemos que eles são falíveis
e fizeram por nós o melhor que podiam, deixamos de alimentar
sentimentos de raiva e ressentimento. Considere as dores e dificuldades
pelas quais eles passaram. Muitas vezes, exigimos atitudes santas que
nós mesmas não temos. Outro ponto importante é perceber que existe um
pedaço deles em você e que compreendê-los equivale a entender melhor a
si mesma. Procure não deixar para se arrepender depois que eles
partirem. Encontre tempo para visitálos ou para dar um telefonema – e
nunca os trate mal. É preciso ter com os mais velhos a mesma paciência
que uma criança exige. A intimidade às vezes nos leva a ser grosseiras.
Portanto, o afeto é o caminho.
8. Quando me olho no espelho, o que vejo?
Sua imagem é algo
subjetivo, e não real.O que você vê tem muito de distorção e de
conveniência – não à toa, quem sofre de anorexia sempre se enxerga mais
gorda do que é. Significa que o espelho mostra como está se sentindo
naquele momento. Por isso, não é 100% confiável. É preciso avaliar como
os outros enxergam seu físico e, baseando-se nisso, trabalhar eventuais
distorções que possa alimentar em relação a ele.
9. Será que fiz a escolha certa na carreira?
Existe um ciclo
profissional que funciona geralmente assim: você começa um trabalho,
aprende com ele, desenvolve estratégias para subir e atinge um estado de
conforto. Então, passa a repetir tarefas e deixa de receber desafios –
sinal de que chegou a hora de mudar. Agora, isso não necessariamente
indica que fez a escolha errada. Pode ser que precise atualizar-se,
adquirir novas competências ou acionar sua rede de contatos para
respirar novos ares. Procure se lembrar de todas as habilidades que já
desenvolveu na vida, incluindo características pessoais.Você é mais
aberta ou mais tímida? Gosta de comandar ou prefere mesmo trabalhar em
equipe? Procura autonomia ou o principal para você é lutar por uma
causa? Essas respostas vão mostrar se a área que escolheu bate com seus
desejos e talentos ou se vale a pena sondar outra carreira.
10. Em que eu tenho fé?
Provavelmente você
recebeu uma ideia preconcebida de Deus e se contentou com ela. Mas a fé
transcende o aspecto religioso: quer dizer procurar o significado da
vida, tentar encontrar respostas para seus dilemas existenciais. É uma
necessidade intrínseca que, quando satisfeita, conforta a alma e traz
paz.
11. Ainda preciso perdoar alguém?
A ciência já
comprovou que perdoar faz bem à saúde. A raiva, a mágoa e o
ressentimento têm impacto nocivo no sistema cardiovascular, por exemplo.
Do ponto de vista psicológico, fica fácil entender que guardar rancor
nos torna pessoas amargas, pessimistas e infelizes. A melhor coisa a
fazer quando nos sentimos ofendidas por alguém é tentar descobrir o
motivo. Será que o que a atingiu estava no outro ou em você? Se
estivesse no lugar de quem a feriu, seria realmente incapaz de fazer o
mesmo? Todas essas questões nos permitem enxergar o ofensor como uma
pessoa bem parecida conosco, e isso evita a mágoa.A mágoa do passado não
está viva agora. É apenas uma memória.”
12. Quem disse que preciso emagrecer?
Muitas de nós
confundem boa forma física com outros atributos, como sensualidade,
beleza e sucesso. Por isso, vivem de dieta, imaginando que, ao perder
alguns quilos, ganharão outras qualidades. Isso não é real. A não ser em
casos de obesidade, em que emagrecer é imperativo para preservar ou
recuperar a saúde. Essa é uma questão de autoestima, de ser feliz
somente aos olhos dos outros. Perseguir um padrão de beleza é ignorar
que cada corpo tem uma estrutura. São raras as mulheres que conseguirão
manter um manequim 36.
13. Envelhecer é um problema?
Envelhece bem quem
tem a capacidade de entender que o amadurecimento é um fato e não uma
escolha. Quando o aceitamos como algo natural, respeitamos as alterações
pelas quais o nosso corpo passa em cada fase da vida, sem a
autoimposição de sermos jovens para sempre. O processo torna-se bem
menos doloroso e passa a ser até prazeroso. O bem-estar do corpo e da
mente ajuda a enfrentar as mudanças que chegam com a idade de maneira
positiva. Não significa, porém, que não devamos buscar meios de
envelhecer com saúde e pique.
14. É mesmo minha culpa?
É preciso saber se
estamos falando de um sentimento real ou imaginário. Uma coisa é
atropelar alguém e buscar reparar o que fez; outra é ficar se roendo
porque saiu com amigos e deixou em casa uma pessoa enferma, mesmo que
assistida. Você também tem direito a diversão!Na maioria das vezes, a
culpa é cultural, uma visão de mundo adquirida. Por exemplo, aprendemos
que, se recebemos algo de bom, estamos automaticamente em dívida. Por
quê? Quem doa tempo, dinheiro, atenção deveria fazer por altruísmo e
vontade. Cabe a quem aceita ter gratidão. Então, sempre que começar a se
punir, procure se perguntar se faz isso por alguma razão concreta ou
por hábito. Assim como a ansiedade exagerada, o excesso de culpa também é
sinal dessa vontade feminina de ser onipotente.A crença de ser
superpoderosa está intoxicando as mulheres.
15. Será que eu virei uma eterna reclamona?
O chefe não
reconhece seu talento, o marido poderia ajudar mais, o trânsito não
colabora… Parece inevitável ficar de mal com o mundo – é o que a maioria
faz. Só que, às vezes, juntar-se ao senso comum equivale a violentar
sua essência. Digamos que você ame seu trabalho, mas conviva com pessoas
que perderam o brilho no olhar. Sem perceber, passa a agir como elas e a
reclamar de tudo em vez de tentar mudar. Ou então liga o piloto
automático no amor e age como se os homens fossem todos iguais… Procure
refletir: ser otimista é uma escolha, praticamente um voto que se renova
a cada dia. Agora, é possível que a irritação constante tenha motivo de
existir – inclusive físico. As alterações de humor frequentes podem
estar ligadas a desequilíbrios hormonais; o sono que não passa nunca
muitas vezes indica desmotivação. Aquela dor de cabeça, nos ombros ou
então de estômago que sempre aparece no final do dia pode estar querendo
dizer: Ei, você está se sobrecarregando. E seu corpo, o que tem falado?
16. Como lido com as críticas?
Pessoas do tipo
afetivo levam tudo para o lado pessoal, sofrem demais e não conseguem
reagir de maneira racional. Deixam de crescer achando que o problema é
sempre do outro. Por outro lado, quem vive em função de acolher todas as
críticas perde autonomia e independência. O caminho do meio é fazer uma
avaliação franca sobre os comentários. Se não servem para você,
descarte. Mas se incomodam, é porque existe verdade neles. A regra mais
simples é considerar o seguinte: se uma pessoa observa algo em seu
comportamento, provavelmente não é digno de preocupação. Se duas dizem,
preste atenção. Três? Reavalie.
17. O que meus ex têm a me dizer?
Se suas relações
parecem sempre uma prova de fogo, é sinal de que tem repetido erros.
Procure identificar se existe em você algum comportamento recorrente que
costuma causar atritos. É provável que encontre aí uma lição
perturbadora sobre si mesma. Se é do tipo que fica amiga do ex, também
pode aproveitar a reflexão e olhar para dentro. Pense nas dinâmicas que
não deram certo e que levaram ao fim do relacionamento. Vai perceber
quanto se dispôs a ceder, compreender, ensinar, cuidar… Comparando tudo
isso com a forma como se comporta hoje, saberá dizer quais são os pontos
a melhorar.
18. Eu ajudo os outros?
Os seres humanos
estão em rede e todas as nossas atitudes, mais cedo ou mais tarde,
reverberam em outra pessoa. A vida se modifica quando fazemos o nosso
melhor. Toda boa ação tem uma boa reação. Por isso, por mais simples que
seja a contribuição, ela tem, sim, valor. Afinal, um parafuso em uma
engrenagem enorme é peça fundamental para fazer tudo girar sem
desmontar.Pode ser que você não consiga engajar-se em um trabalho
voluntário nem defenda grandes causas, mas faz o exercício de estender a
mão ao outro – nem que seja ao colega da mesa ao lado ou àquela senhora
na sala de espera do consultório médico.
19. Meus amigos do Facebook me bastam?
É uma delícia se
sentir pertinho das pessoas queridas nas redes sociais, e fazer novas
amizades, ainda que virtuais, também vira diversão. Agora, pode
acontecer de você estar usando o Facebook e o Orkut como compra de
consciência, já que o dia a dia atarefado não permite encontrar os mais
íntimos para um abraço no aniversário, um apoio depois de uma separação…
Escrever no mural alheio vira uma prática solitária e
descomprometida.Fora que na internet as pessoas tendem a ser o que
gostariam, e não o que realmente são, tornando as relações superficiais.
20. A quem estou tentando agradar?
É bobagem tentar
se convencer de que a opinião dos outros não conta. Todas nós queremos
ser amadas e admiradas. Acontece que essa busca por aprovação pode ser
cruel. Em nome da necessidade de ser aceita, há dois riscos: abrir mão
da própria personalidade e achar que todo mundo, sem exceção, precisa
considerá-la incrível. Ora, se sua autoestima estiver em níveis
saudáveis, bastará que você e aqueles que realmente importam na sua vida
saibam seu valor.
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