Por André Lenz
Levanto
agora deste sono aturdido, uma insônia incômoda que não me deixa dormir e me faz
a cada momento lembrar de não ter, não possuir e apenas querer. Um passo maior
talvez que eu possa dar e não esteja preparado a arriscar, um sentimento
incontrolável que a todo o momento busco apenas erradicar do meu ser. Uma
dor.
Enquanto
penso dominar meus profundos sentidos sinto a fraqueza que ser um só me traz e
que me atormenta nos meus maiores medos antes esquecidos e talvez curados, mas
que trazem a dor de cicatrizar feridas tão abertas e mal curadas que
aparentemente se escondem na mais profunda alma.
Inteiro e
ao mesmo tempo tão despedaçado, tão relutante em ouvir a voz da emoção, pois há
muito a razão dominou todo o meu ser e me fez forte em pensar em mim mesmo e
esquecer que o mundo lá fora gira numa velocidade que eu não posso controlar.
Mas preciso me equilibrar para me manter de pé, sozinho, porque a meu ver
ninguém mais o faria.
Louco de
vontade de abrir o coração, deixar estranhos sentidos inundarem todo meu corpo
por locais que eu nem mesmo sabia que poderiam ser preenchidos, por emoções que
eu nem mesmo julgava existir. Mas luto contra a razão do meu próprio ser, uma
luta sempre ganha em minha imaginação, mas tão perdida que me deixa cego e não
me permite encontrar a paz que tanto busco e tanto anseio.
Agora tenho
a esperança de que tudo possa dar certo, que tudo possa ser guiado pela mão
Divina que nem por um minuto sequer desejou meu mal e sim, me deu liberdade para
em todo momento prejudicar a mim mesmo e encontrar nas minhas escolhas o caminho
para o final feliz, moldar meu caráter e me preparar para algo maior, melhor e
último.
Nunca
dantes havia sentido nesta intensidade o desejo de ter pelo resto da vida um
porto seguro, um destino, onde pudesse depositar todo meu passado e construir um
futuro de verdade e sinceridade plena, tendo o respeito como o maior juiz dos
sentimentos. Poder encostar a cabeça no travesseiro e saber que ao raiar o dia
posso simplesmente olhar para o lado e contemplar uma beleza pura como um botão
de rosa ao desabrochar.
Então, do
primeiro de cada início, com a maior força invocada, poderei abrir como num
sussurro meus lábios bem devagar e quem sabe com o tempo, com o sentimento
perdido outrora aflito, eu possa gritar ao mundo inteiro o que sinto e assim
terminar dizendo o nome de minha amada…
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