quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Estrelas


Hoje acordei, abri os olhos, a coberta estava quente e gostosa. Realmente acordei bem, abri a janela e vi o mundo em minha frente. Voltei ao passado.
Nesta volta ao passado por onde eu andava, tudo se transformava. O prédio virava uma linda casa dos anos 70, o terno se transformava em uma reluzente jaqueta de couro e o vestido tubinho se transformava em um enorme e esvoaçante vestidos de bolinhas.
As pessoas transformavam suas caras fechadas em lindos sorrisos e ao invés do silêncio, um alegre “bom dia”. O cachorro saltitava feliz na rua e as pessoas olhavam umas para as outras sem medo, sem vergonha, sem preconceito.
Os motéis, num passe mágico, iam de tijolos e neons para drive-ins com batatas fritas espalhadas pelo chão. As meninas eram respeitadas e os namorados realmente possuíam amor. As pessoas não se enganavam.
O casamento era uma instituição longe da falência e a felicidade podia estar na esquina. As praças reluziam juventude com atos e costumes diferente, mas com o mesmo ideal.
O mundo era um mundo de verdade, com amor dentro de cada um.
Então, tropecei e tudo voltou ao normal. Todos passavam por mim com a cara fechada. O silêncio era quebrado pelo barulho dos carros, a praça estava vazia e na esquina acontecia um assalto.
Quem mudou isso tudo? Como podemos destruir coisas tão boas?
Chegou a noite. Olhei para o céu e vi muitas estrelas, olhei o mundo e pedi mais amor. Uma estrela cadente passou. 

Por André Lenz

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