terça-feira, janeiro 15, 2013

Resposta



Noite estrelada, como outra qualquer. Um ser cansado que apenas se deixa levar por uma rotina que anestesia pensamentos, mas que quando termina, deixa o dia entrar, trazendo-o de volta à realidade.
Apenas segue caminhos, segue rumos, segue pessoas. Sempre em busca, sempre esperando, sempre atento. Buscando o quê? Pergunta essa que divaga em pensamentos despertados por mãos dadas, por carinho, por calor humano onde quer que seja visto, em lugares como sentado no sofá ao final do dia sendo envenenado por contos de fadas e histórias tão lindas, mas às vezes difíceis de acreditar.
Nessa hora o coração fala mais alto, a cabeça não pensa e quase sempre o único movimento daquele corpo arrepiado é o escorrer de uma lágrima.
Contos de fadas nos enganam, nos dão às vezes uma falsa esperança de que um dia talvez, naquele lugar, naquela hora, naquele momento de chuva fina e quentinha aconteça algo inesperado, algo mágico. E a cada dia que passa nos decepcionamos por não ser real, por ser apenas ilusão.
A verdade é que nesta vida temos que buscar somente duas coisas: alguém para amar e viver a vida como se fosse o último dia. Dois segredos tão simples de felicidade plena, mas que me deixam apenas com a alternativa de viver cada dia como se fosse o último. E o outro?
Quando? Onde? Será? Perguntas sem resposta que aparecem sempre nos mais diversos momentos, cada uma a sua hora mas todas intimamente ligadas.
Resta apenas a esperança que move dia após dia e nos empurra a esperar o próximo dia porque na verdade não é que perdemos um dia, mas sim, que chegamos um dia mais próximos! E quando vem aquele friozinho na barriga, a gente olha pra alguém com o olhar ali distante, meio perdido mas ao mesmo tempo misterioso observando por trás do escudo.
Ficamos ali, só reparando o jeito, o cabelo, os olhos. Sim, olhando sem perigo de ser pego, sem perigo de se entregar. E o engraçado é que, mesmo conhecendo tão pouco, parece que sabemos tudo. Há o olhar, espelho da alma e com certeza, o maior delator de nossos mais profundos sentimentos. Mas é preciso sentir, encontrar.
Bocas, abraços e aquela sensação gostosa que de tanto tempo que não sentia, parecia que havia sumido pra sempre. Vontade de fazer feliz e ser feliz, recebendo de repente uma ligação sem esperar e apertar o coração ouvindo aquela música tão calma, tão verdadeira!
Você se pega num momento qualquer pensando, mas o tempo se encarrega de mostrar que você estava errado. Ele o acorda mesmo antes de você começar a sonhar e o faz entender que o momento talvez fosse errado.
O tempo mostra que para formar um é preciso dois. Dois corações abertos e sem medo, dois corações tão puros que acreditem na chance da felicidade. Dois corações que funcionem na reciprocidade e não no egoísmo de só esperar receber sem dar ao menos um pouquinho de si.
A porta bate, mas é preciso coragem de abri-la e deixar entrar o presente que está do outro lado. E antes mesmo de começar, você acaba entendendo que, às vezes, o friozinho que sente é apenas uma forma de recarregar a esperança quase perdida. Esse mesmo friozinho é que não deixa a esperança ir embora. Ele precisa aparecer de vez em quando pra colocá-lo no rumo antes que você entre no mar do seu próprio esquecimento e o que parecia terminar de forma tão inacabada, mostra-lhe que na verdade, foi preciso parar e largar o que você estava fazendo e voltar antes que você não conseguisse retornar do caminho, e assim levar embora um sorriso que poderia trazer alguém para junto de ti.
Coração é assim, ensina sem sabermos. Às vezes, pelo jeito fácil ou pelo difícil, mas ele sempre está certo e a cada dia que passa pode ser que não descobrimos a resposta, mas com certeza estamos um dia mais próximo dela.

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