sexta-feira, setembro 28, 2012

Sentir


Por André Lenz

Sensações engraçadas que acabam tomando conta do nosso ser. Sentimentos incontroláveis vindos de uma mente pulsante a todo o momento pela necessidade de controle. Mas quem disse que a mente é a mãe das sensações? Aquela espera incontrolada pelo mínimo que na verdade é responsável por todo o máximo existencial que aflora em simples palavras, simples gestos apimentados por pequenos atos de pura inocência.
Ah, se você soubesse o que representam as suas observações e todo seu mínimo cuidado demonstrado. Algo tão profundo que de tão tímido procura apenas esconder-se por trás de uma máscara de indiferença que na verdade age como punidora ao coração aflito.
Os meus olhos ao fecharem, apenas constroem teus lábios e tuas feições, de modo que me afundo em calafrios que cortam meu corpo inteiro só na imaginação de um toque.
Se pudesse te buscar, te esconderia para ninguém nunca mais achar. Me esconderia do mundo pra ninguém nos incomodar e apenas deitaria em seu colo com o poente amarelo no alto a nos banhar.
Olhares, contatos, toques, tão singelos e tão intensos que são impossíveis de serem medidos, pois na verdade ainda não conseguiram mensurar algo inexplicável e intocável, algo não apenas dito, mas sentido.
E nos anos passados é que posso virar ao meu lado e dirigir meus olhos para alguém que sempre esteve comigo, ao meu lado. Alguém que me fez descobrir o sentido da palavra amor, que nunca antes havia nem chegado a entender o conceito.
Alguém que esteve nos melhores e nos piores momentos derrubando a enorme muralha que havia em mim e apreciando um jardim florido, discreto, quase imperceptível, mas que a todo o momento estava ali!
Posso ter a segurança de que não estarei só para a minha vida toda e que quando eu soltar meu braço ao lado do corpo, posso deixar minha mão entreaberta, porque num piscar de olhos vou sentir o calor da sua entrelaçando os dedos a minha. E posso por um minuto fechar os olhos e agradecer a Deus por ter tudo que um dia pedi nessa vida.

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