domingo, agosto 19, 2012

Acabou! E Agora? Como Sobreviver a um pé na Bunda

 Por Casal Sem Vergonha (Sugestão da leitora Roberta Sebolt)

Mãe é um ser sábio. Me lembro quando, ainda um projeto de adolescente, corri pros braços dela pra chorar pitangas a cerca do meu primeiro pé na bunda. E ela, sabiamente disse – “Filha, tudo passa na vida. Ninguém morre de amor”. Na época pensei como toda adolescente que acha que os seus 14 anos  de vida lhe deram experiência suficiente pra saber mais do que o mundo: “Ela não sabe de nada. Não tem ideia de como estou sofrendo. Quero morrer.” A depressão durou algumas curtas semanas e logo já estava pronta para a próxima.
Depois do pé na bunda de estréia, vieram outros. E conforme você cresce e começa a viver relacionamentos reais e não estilo Malhação, a dor vem um pouco mais pesada também. Mas, hoje repito as palavras da matriarca – ninguém morre de amor. Pode perder uns quilinhos, faltar uns dias no trabalho, beber mais que o normal – mas morrer, nunca vi.
O pé na bunda dói tanto porque mexe na nossa casca de ferida – o ego. Se parar pra pensar, a gente sofre mais por termos sido dispensados, por imaginar que a outra pessoa vai ser feliz sem a nossa ilustre presença, do que pela falta da pessoa em si. É claro que a gente sente falta, mas o ser humano é uma criatura que se adapta em praticamente qualquer situação. No começo sente falta da companhia, como um amigo muito próximo que vai morar fora, mais depois de um tempo você já estabeleceu outra rotina e começa a se lembrar de como era sua vida antes. E percebe, que nem tudo está perdido.
Nesse momento, a fossa é necessária. É como a casquinha do machucado – dói, mas é o que recupera a ferida interna. Se permita chorar e escutar “ All by myself” no último volume – mas por um curto período de tempo. Depois, sacuda a poeira, dê uma chacoalhada em você mesmo e continue a sua vida. O mundo não para pra você sofrer.

O que eu não entendo, são pessoas que tomam um toco e ficam correndo atrás do ex que nem papparazzo atrás de artista global. Conseguiria entender se houvessem 10 pessoas no mundo – mas esse não é o caso. Se o fulano não te quer, você vai ter que aprender a viver com essa realidade: você não é a última bolacha do pacote. Deixe o outro ser feliz e vai correr atrás da sua felicidade também. Antes sozinha, do que comprometida por piedade.
Se você se esforçar pra continuar a sua vida e parar de se lamentar, de fuçar no facebook do fulano, de ficar lembrando só das coisas boas do relacionamento e ignorando os problemas, você vai ser recuperar rápido. Depois de um tempo, nem vai mais lembrar da dor que sentiu – só quando senti-la de novo. Afinal, se quer amor, tem que estar preparada para a dor que pode vir junto. Já dizia o ditado:  “se não sabe brincar, não desce pro play.”

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