quarta-feira, outubro 19, 2011

Perguntinhas indiscretas


Não é de hoje que a curiosidade pode virar vilã. Vasculhar na coisa alheia, fofocar, bisbilhotar, questionar demais sem pensar.

.. tudo faz parte de um feitiço que pode, sim, se virar sempre contra o feiticeiro. Em início de relacionamento, então, qualquer inocente curiosidade pode puxar o freio de mão do pretendente.

Portanto, se está conhecendo alguém, respeite e espere que as histórias e até segredos sejam compartilhados no devido tempo. Não vale já no primeiro encontro perguntar se o gato já fez o teste de HIV ou quanta grana ele tem na conta bancária, ok? Questionários cabeludos podem assustar. Nesse caso, vale ponderar. É certo que curiosidade demonstra interesse, mas bom senso tempera qualquer relação com muito mais sabor.

O instrutor da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, Alexandre Bortoletto explica que o cérebro do ouvinte não interpreta o que foi dito e sim a forma como a pergunta foi feita. "Tonalidades ‘ásperas’ ou aquele jeito ‘deselegante’ de falar pode provocar muitas distorções", acredita. Aí, perguntar o salário do gato no dia em que conhece por parecer que você é mais interesseira do que simplesmente curiosa. A dica é perguntar, sim, mas com o que Alexandre chama de "suavizadores". "Perguntar em tom carinhoso, romântico e respeitador trará respostas incrivelmente adequadas e com certeza pode manter a relação mais interessante".

Sérgio Savian, autor do livro "Amor e Sedução para a Mulher do Século XXI" (Geração, 2010) concorda com Alexandre que questionar demonstra interesse. Mas pede cuidado. "Ao exagerar na dose, fazendo muitas perguntas em seguida ou sobre assuntos delicados, você estará invadindo a privacidade alheia", pondera. "Por isso, equilibre o diálogo fazendo perguntas discretas e falando de si. Assim você ganha a confiança dele e a conversa fica bem mais agradável".

Ainda segundo Alexandre, que é também hipnólogo, o momento certo para começar a perguntar algumas coisas vai depender do ‘feeling’ ou ‘timing’ adequados - que podem ser apenas percebidos pelo próprio casal, sem manual de instrução. "Muitas vezes a pergunta certa, no momento certo, faz a diferença na resposta", garante. "Para ter esta acuidade desenvolvida ou assertividade, procure pensar no seguinte tripé: lugar certo, pessoa certa - ter a certeza de que ela será capaz de responder a pergunta ou se seria melhor saber por outras pessoas - e tempo certo".

Dicas (hipnóticas) de Alexandre para descobrir o que quer saber sem assustar:
Salário:
- Qual o salário justo para alguém que trabalha na sua área? ou
- Querido, às vezes fico me perguntado se estou ganhando um salário justo... e você?

Doenças:
Que tal uma noite diferente hoje à noite, hein? Estou querendo experimentar novas práticas ou posições, você sabe... que tal? (Neste momento, pergunte sobre a saúde dele, se já fez um exame de HIV e proponha trocarem resultados. Assim, a saúde dos dois fica garantida, bem como as noites mais quentes sob os lençóis).


Casamento:
"Querido... adoraria conhecer Paris, a cidade ideal para uma lua de mel... gostaria de ser meu convidado para explorar a cidade luz?" (A reação do rapaz deixará claro se tal ideia o atrai ou causa arrepios. Caso não tenha intenções mais sérias com você, ele dará um jeito de desviar o assunto a todo custo e você parte para um partido melhor).

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