quarta-feira, maio 18, 2011

Liberdade de escolha


Em algumas situações agimos por impulso. Em outras, por instinto. Na maioria delas podemos escolher que atitude tomar, enquanto no resto fazemos o que devemos e o que é certo. Mas até que ponto sabemos nos cuidar? Às vezes, quando precisamos escolher dentre opções, aparecerem sinais luminosos em nossa frente, dando as coordenadas sobre o que não fazer.

Quer um exemplo? Talvez você tenha passado a vida toda como amigo de uma mulher linda, que te conta os problemas pessoais e vai ao cinema com você pra comer muita pipoca. Você até mesmo tem a oportunidade de vê-la chorar em um filme. Será que ela é tão irresistível assim que você não se controla e quer muito beijá-la? Será que ela já não deu sinais de que quer você apenas como amigo? Pois saiba que ser apenas amigo não é uma ofensa!

Se essa questão não tem resposta ainda, não deve ser à toa. Nós, seres humanos, vivemos nos desafiando. E sair da zona de conforto é, muitas vezes, emocionante. Porém, tem sempre um preço a pagar.

Quem é que escolhe sair pra jantar com um amigo e de repente ele aparece com uma mulher cheia de predicados, que ainda por cima teve uma ótima química com você, conversaram sobre assuntos em comum e ela até esqueceu que tinham outras pessoas ao redor? Mesmo sabendo que seu amigo vai querer arrancar seu fígado, você continua investindo nela. Qual é o seu objetivo: perder o amigo ou ficar com a garota na qual ele está de olho?

Algumas perguntas deveriam aparecer na hora certa, pois nos fariam tirar dúvidas e fazer escolhas mais racionais. Vale a pena arriscar seu ótimo estado emocional por vaidade? Você está curado do último relacionamento, conseguiu achar outros lugares interessantes pra frequentar e nem tropeça mais com a ex quando resolve fazer compras no supermercado. Tem gente que deveria andar com uma plaquinha ´encrenca´ pendurada na testa. E pode ter certeza, não adianta dizer que você está imune, que não vai se apaixonar, que é apenas diversão. Ninguém está imune! A hora em que a gente menos espera, cai numa cilada das grandes.

A impressão que nós, mulheres, temos é que os homens fazem disso uma questão de honra. Os homens precisam ficar com as mulheres que se insinuam para eles para mostrar virilidade. Por que vocês acham correto não recusar uma mulher bonita? Nós também queremos nos orgulhar de vocês! Nós também queremos virar as costas e saber que vocês vão estar ali, do mesmo jeito, quando voltarmos.

Quando estamos felizes, sozinhos e vivendo a vida normalmente, começa uma inquietação interna que nos faz questionar se estamos agindo corretamente ficando sozinhos. Aí, quando qualquer casal feliz fica perto da gente, nos sentimos inferiorizados.

Agora: lembra de quantas vezes você quis pegar o carro e sair sem rumo, viajar com os amigos, jogar pôquer de madrugada sem precisar avisar a sua namorada de cada passo que você dava?

A grande verdade é que somos seres inquietos e insatisfeitos. Mas é importante respeitar os limites que são visíveis, e também aqueles que não são.

A vaidade é um pecado, que às vezes não pode ser tão prejudicial, mas que também pode te jogar num abismo. Saber dizer não é saber definir seus limites. Achar que nada vai nos atingir é uma burrice sem tamanho. Quando menos esperamos, já estamos envolvidos e apaixonados.

Muitas histórias complicadas acabam em grandes romances, mas é um percurso sinuoso com buracos no caminho. Busque aquelas perguntas que nos atordoam quando sentimos que não estamos fazendo algo certo, afinal muitos sinais são físicos e nosso corpo sofre também. Talvez seja hora de fazer todas aquelas coisas que você planejou quando quis estar sozinho. E lembre-se: é uma delícia ter liberdade pra fazer o que dá na telha. Só tome cuidado porque a liberdade vicia...





Mariana Goulart

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