quarta-feira, outubro 13, 2010

Problemas

Por André Lenz
 
Hoje definitivamente não acordei bem. Coloquei o despertador para as oito horas, como sempre, mas acabei levantando depois que a função esperar dez minutos apitou.
Tomei meu banho, escovei os dentes, escolhi a roupa para vir trabalhar, peguei minha pasta, abri o portão, entrei no carro e cheguei enfim ao escritório.
Uma rotina quase sagrada preenche minha semana com meu trabalho, estudo, minha vida, mas hoje definitivamente não acordei bem.
Poderia talvez ser pelo fato de ter me ocupado com serviços braçais em minha casa durante o feriado que ocuparam meu tempo e consumiram minhas forças e minhas costas, mas nem de longe é isso.
Talvez pudesse ser o fato da rotina estressante de trabalho com mudanças e novas direções as vezes perdendo o foco e o equilíbrio, mas também não seria isso.
A falta de progresso financeiro como o desejado e planejado por mim deixando sempre pra depois algum tipo de conquista ou sonho pudesse estar interferindo, mas também não é este o motivo.
Então reflito em todas as possíveis causas da minha aparente mornidão e chego a conclusão que o problema não está nas coisas que vivo ou nas coisas que tenho ou mesmo na minha rotina de vida, o problema está em algo que não está ao meu alcance.
A dor de ser só, a dor de gostar de alguém, a dor de não poder ser retribuído da forma que gostaria, a dor de não poder viver o amor que sempre quis.
Fico então imerso numa dúvida onde não consigo medir qual sofrimento seria o pior, não ter, ou ter pela metade, e isso consome todos os meus resticios de sentimento e carinho.
Gostaria apenas de ser ouvido dessa vez, pois a minha certeza de que tudo vai dar certo não é maior que a dúvida imposta em outra cabeça, não é suficiente para apenas confiar e se entregar em um sentimento puro e completo.
Pena que nem tudo depende da gente, pena que nem sempre nos ouvem ou nem sempre se entregam, pena que talvez o que se ache melhor para si mesmo não seja. Pena, pena, pena.
As vezes lembro menos, as vezes lembro mais, as vezes tento não lembrar, mas não consigo. Queria mesmo esquecer, mas isso não cabe a mim e sim somente ao tempo.
Como ultimo suspiro eu apenas olho ao céu e peço a Deus que me ajude, peço somente que Ele traga um pouco de paz e um pouco de amor pra este coração que apenas bate, somente pelo simples fato de manter-se vivo.
 

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