segunda-feira, outubro 18, 2010

Encontrei meu grande amor em um acidente



A ficção imita a vida ou será o contrário? Quem gosta das novelas de Manuel Carlos lembra da personagem Helena interpretada por Vera Fisher, em Laços de Família. Logo nos primeiros capítulos, ela conheceu o jovem Edu (Reynaldo Gianecchini) em um acidente de carro, tempos depois o que seria apenas uma briga de trânsito se transformou em paixão.


História parecida aconteceu com Rafaela*, de 33 anos. Um dia, isso há dez anos, ela dirigia em direção a uma loja de carros. Paulo* passou em alta velocidade no sinal amarelo e bateu em seu carro, no cruzamento. Passado o susto, os dois conversaram e ele se prontificou arcar com os prejuízos. No momento de registrar o Boletim de Ocorrência, cada um passou os seus dados. Paulo* anotou o número do celular dela e no dia seguinte entrou em contato.

"O mais engraçado é que ele ficava conversando com a minha mãe para tratar os detalhes do acidente e aproveitava para fazer perguntas sobre mim. No início, eu não ligava muito, mas depois conversamos por telefone, marcamos alguns encontros e ficamos juntos", conta. A paixão virou casamento, união que permaneceu por dois anos e rendeu frutos, o pequeno Davi*.

Após a separação, Rafaela não se imaginava em outro relacionamento. "Queria curtir o meu filho ao máximo. Todo mundo me falava que eu não ia arrumar mais alguém pensando desse jeito. Não freqüentava barzinhos, tampouco conseguia me relacionar com pessoas apresentadas por amigos meus". Tempos depois, novamente o acaso mudaria sua vida. Domingo, almoço em família, ela estava de carona com sua irmã e o cunhado, quando os três se depararam com um velhinho caído. Ele passou mal enquanto brincava com os netos.

"O genro desse senhor estava desesperado porque ninguém parava para ajudá-lo. Imediatamente, ele pediu para eu tirar as crianças de lá e deixá-las com alguém da vizinhança. Até que nessa hora surge o Fábio*. Lembro que estava bem escuro e uma garoa fina. Nós ligamos imediatamente para o resgate e esperamos um tempão porque as ambulâncias estavam ocupadas". Preocupados com a situação, eles levaram o senhor imediatamente ao hospital. "Chegando lá, ficamos indignados com a falta de assistência. Infelizmente, ele não resistiu, o que me deixou muito triste na época. Mas ao mesmo tempo fiquei surpresa com a atitude do Fábio que não mediu esforços para ajudá-lo, sendo uma pessoa desconhecida. Aquilo me despertou um sentimento muito bom", lembra.

Sentimento esse mais que se transformaria em amor. Outra vez, o pretendente conseguiu o número do celular por acaso e ligou no dia seguinte. "Até hoje eu brinco com ele: como você conseguiu decorar o número no meio dessa situação! Ele ligou para o meu cunhado e aproveitou também fazer perguntas ao meu respeito. Depois entrou em contato comigo. Nós estávamos um pouco atordoados com tudo aquilo que tinha acontecido e ficamos batendo papo ", comenta.


Rafaela conta que, depois da separação. Fábio foi a primeira pessoa que ela pensou em se relacionar. O que antes era um misto de admiração e amizade, principalmente porque os dois estavam mais sensíveis diante dos acontecimentos, virou namoro e, mais uma vez, ela "juntou as escovas de dentes". "Somos muito felizes. Se existe essa coisa de alma gêmea, posso dizer que encontrei a minha, de um jeito meio esquisito, mas, sem essa, a gente não tem uma boa história para contar", finaliza. Pois é, mais um prova que o grande amor muitas vezes acontece quando a gente menos espera, em um cruzamento, em uma praça, ou mesmo na próxima esquina.

*Nomes fictícios

Por Juliana Lopes

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