quinta-feira, março 04, 2010

Caçadores e Jardineiros



Por André Lenz 04/03/10

Pra quem sempre acompanha o blog, já viu que gosto de representações para expressar sentimentos ou qualquer coisa do gênero emocional. Não sei bem ao certo o porque adoro usar este tipo de linguagem e fiquei pensando se o motivo as vezes não seria mexer com a imaginação, estimular a inteligência em interpretar e relacionar todos os sinais investidos na história com o real, os motivos ou demonstrações.
Acho que dessa forma o que queremos dizer fica melhor assimilado pela mente, conseguimos consolidar melhor o que estamos querendo dizer, tudo isso porque quando conto uma história a pessoa precisa usar a imaginação para construir o que está sendo dito e ao final da compreensão o que teremos é algo muito mais vivo em nossa mente do que simplesmente ter falado por falar.
Nessas minhas buscas por facilitar o entendimento daquilo que estou querendo expressar, recorri a Mário Quintana para explicar a outra pessoa os reais motivos para eu estar sozinho, triste, abandonado, jogado as traças no momento, brincadeira, não vamos dramatizar, rs, os motivos por estar apenas sozinho.
O engraçado dessa conversa é que a medida que fomos trocando idéias eu construi algo ótimo para acrescentar a essa representação do Mário Quintana que ficou faltando e que talvez gere muita raiva como já gerou em mim, veremos.

Pra todos que leram o poema sabem que se trata de no final das contas você cultivar seu jardim, você buscar plantar flores nele, cuidar da grama, regar todo dia e dessa forma as borboletas virão e poderão encontrar ali um lugar pra descansar. Pra bom entendedor, não precisamos divagar muito na questão realmente envolvida que seria a auto valorização de si como pessoa e seu auto conhecimento se tornando assim um motivo de atração pelos outros.
Mas dai vem no diálogo a situação de existirem pessoas que não cuidam do seu jardim e sempre tem borboletas, ou seja, sempre tem aquele vadio que não presta e não vale um envelope de ki-suco que tá lá, namorando, aparentemente feliz. Lógico que já vem a tona o fato de eu estar cultivando um raio de jardim por quase dois anos e não ter nenhuma borboleta voando nele, algum problema deve ter, não é possivel, ou mataram as borboletas, ou estão arrancando flors, ou algum cachorro sem vergonha está fazendo cocô no jardim, não é possível. Mas foi então que descobri que existem dois tipos de pessoas.
O primeiro tipo são os jardineiros como eu que ficam a cuidar do seu jardim, esperando as borboletas virem e se interessarem pelo jardim. Detalhe nesse processo é que se por acaso as borboletas vierem, irão vir porque quiseram, por livre espontânea vontade, simplismente pelo fato de terem achado o jardim bonito e passivel de visitação. Agora vem a grande verdade, tá dificil de achar borboletas.
Borboletas de verdade eu estou me referindo a mulheres de valor, mulheres que realmente valham a pena, além do que para ser borboleta precisa saber valorizar um bom jardim, ou seja, deve ser uma borboleta inteligente, focada naquilo que quer e observa o jardim a tal ponto de saber que poderá ali repousar, entende a figuração?
O que temos hoje é um bando de mariposas avoadas e cegas que procuram somente a luz, o brilho e nada mais, o popular, que está em alta e que no final das contas quando apagar essa luz o que vai restar? Mariposas são tolas, não são merecedoras de jardins e vão acabar num mundinho de uma lampada com os dias contados.
Poxa vida, que coisa, quer dizer que está dificil mesmo? É caro leitor, está complicado sim, isso que eu nem falei dos segundo tipo.
Este tipo seriam os caçadores de borboletas, ou seja, armados com redinha de caça ao melhor estilo desenho do pica-pau, eles estão ai procurando borboletas e mariposas, não que as mariposas não os mereçam, mas o problema são as borboletas.
Com sua fragilidade e com o defeito genético de serem conquistadas pelo que ouvem, muitas borboletas acabam em mãos erradas, sofrendo na mão de caçadores que possuem o mais diverso estilo de caça. São enganadores, falsos, mentirosos, entre outros tipos de defeitos, e quando a borboleta vê já está sentimentalmente envolvida com um caçador e dai a coisa desanda. Caçadores com sua redes emocionais aprisionam, deveriam ficar com as mariposas mas acabam sempre estragando as borboletas dessa vida.
Depois de tudo isso já vejo leitores escrevendo carta de ingresso pra mosteiros, kkkkkk, mas calma, nem tudo está perdido.
Acredito que continuar a cuidar do jardim seja a melhor opção, temos que ter fé, não podemos desistir nunca pois prefiro esperar minha borboleta certa que vai passar o resto da vida no meu jardim, do que de repente ficar alguns poucos anos com uma mariposa. A não ser que todo este meu pensamento seja em vão e só existam jardins, ou eu deveria de ser borboleta, rs, alguém tem como saber? Acho que não, e no fundo acredito somente em fazer a coisa certa, o que seu coração mandar e assim esperar por aquilo que vc tanto sonhou.
VOu continuar cortando a grama, regando as árvores e plantando cada vez mais flores em meu jardim, porque assim quando minha borboleta chegar, vou poder entregar a ela todas as flores que plantei enquanto esperava.

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